terça-feira, 26 de maio de 2015

UMA CABANA DO OUTRO MUNDO! decor rustic

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Os tons de azul e branco das fachadas remetem a Portugal, país onde está localizada a casa de praia, mas elementos rústicos, como o sapé visto no teto, fazem-na também “passear” por outros cantos do mundo (Foto: Casa e Jardim)

Em uma vila de pescadores em Portugal, a designer Marta Mantero criou um bangalô cativante, com chão de terracota e teto de palha. Exóticos, os móveis e os enfeites marroquinos fundem continentes em um pedacinho de paraíso

Em sua primeira viagem ao Marrocos, 20 anos atrás, a designer portuguesa Marta Mantero não tinha a menor ideia de que encontraria tantos objetos, materiais e cores. Também não sabia que acabaria usando isso para decorar seu bangalô de 160 m² na aldeia de pescadores de Comporta, em Portugal, onde costuma ir para relaxar. Quando estava no último ano do curso de design de interiores, ela imaginava que sua entrada no mundo da decoração se daria por meio de uma butique que pretendia abrir no Bairro Alto, em Lisboa. Contudo, a descoberta dos mercados da África do Norte mudou para sempre seus planos.
Depois de alugar a casa com telhado de palha para as férias de verão, Marta a transformou em seu retiro pessoal no ano seguinte. Para decorá-la, ela considerou as peças que encontrou em Essaouira, cidade de comércio intenso na costa do Marrocos, o que a estimulou a explorar também a Índia. A mistura resultante dessas descobertas transformou uma casa de praia modesta em uma vitrine do seu estilo. “Conheço cada item que escolhi para a casa. Depois de anos comprando objetos no Marrocos, hoje sou rigorosa na hora de escolher uma peça”, diz ela.
Em respeito ao estilo da arquitetura regional, ela conservou a construção de palha e tijolos de terracota, mas aproveitou o terreno de 800 m2. Tanto que acrescentou uma área de estar externa com mesa e cadeiras de zellije – mosaico típico do Marrocos –, bem como tapete, almofadas, lanternas e sofá feitos sob medida em Tânger. Protegido por um mosquiteiro, é o lugar perfeito para desfrutar os jantares que ela cria para amigos e pessoas da família. “É uma casa aberta. Há apenas dois quartos, mas 12 pessoas já dormiram aqui. Sempre preparo jantares improvisados, que sirvo na sala de estar externa, acompanhados de boa música. Isso é o que torna a casa tão cheia de vida.”
Junto à piscina, a cobertura de bambu oferece a sombra perfeita, reforçada pelas cortinas transparentes. O susani bordado, pano tradicional do Uzbequistão, cobre o sofá desenhado por Marta Mantero e executado no Marrocos. A mesa lateral possui tampo de mo (Foto: Casa e Jardim)
Duas treliças de bambu amparadas por pilastras de madeira dão sombra à piscina e aos sofás personalizados instalados embaixo delas. Nesse ambiente, as cortinas transparentes tocadas pela brisa reforçam o clima romântico.
“São apenas dois quartos, mas 12 pessoas já dormiram aqui. Sempre preparo jantares improvisados, que sirvo na sala de estar externa, acompanhados de boa música. Isso é o que torna a casa tão cheia de vida”
Apesar do tradicional exterior azul e branco português, uma olhada no interior da casa revela forte influência marroquina. O forro de bambu exposto faz eco às treliças do lado de fora. O coração do estar é o armário confeccionado com portas berberes (etnia muçulmana da África Setentrional) que Mantero mandou fazer em Marrakesh. Um baú, tapetes e almofadas completam o ambiente.
Simplicidade a toda prova no quarto, com armário pintado na mesma cor da janela – azul português. Luminárias marroquinas adornam o forro e as paredes. O toque de cor e de atualidade vem das cortinas e da roupa de cama da Área e da Designers Guild (Foto: Casa e Jardim)
Uma sala de estar externa foi criada junto à casa, com mesa de jantar que reúne os amigos e a família. Ao fundo, o sofá com base de ferro foi feito sob medida em Tânger. À esq., simplicidade acolhedora no sofá branco de alvenaria. Peças marroquinas, como  (Foto: Casa e Jardim)
Nos quartos, a decoração é simples e rústica: paredes brancas e um toque de cor nas molduras das janelas e na mobília. As luminárias marroquinas são adornos para paredes e forros. Ao remodelar o banheiro, a designer contrastou a cuba quadrada moderna com paredes e piso de um bege “cremoso”. Para isso, recorreu à técnica marroquina ancestral do tadelakt, em que se aplica reboco à base de cal nas superfícies.
Com tantas influências estrangeiras, esta casa de fim de semana deixou de ser apenas um refúgio para Marta. “Depois de passar algum tempo em Lisboa, sinto como se estivesse entrando em outro mundo quando venho para cá.”
Mesa com tampo de mosaico e base de ferro e cadeiras de madeira ocupam o terraço, onde a pausa para uma bebida refrescante, no fim de tarde, é para lá de reparadora (Foto: Casa e Jardim)

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