Nascida em Avignon, sul da França, no ano de 1947, Mireille Mathieu é filha
de um operário, Roger e da dona-de-casa Marcelle, que enfrentaram
grandes dificuldades econômicas para criar seus quatorze filhos.
Como algumas biografias confundem esse número de irmãos, enumeramolos:
Monique, Christiane, Marie-France, Réjane, Régis, Guy, Roger, Jean-
Pierre, Rémy, Simone, Philippe, Béatrice e Vincent. Esta família viveu
durante anos em uma modestíssima casa de madeira, sentindo na pele o
rigor do inverno e da chuva, que atravessavam as frágeis paredes.
Mesmo quebrando pedras (literalmente),Roger, seu pai,alimentava o sonho de poder cantar, visto que possuía uma bela voz de tenor. Neste ambiente, Mireille cresceu e herdou o talento musical do pai.
Aos quinze anos, Mireille e sua família conseguiram um apartamento de cinco cômodos e ela pôde, enfim, tomar um banho quente e decente. Segundo ela mesma, este foi o dia mais feliz de sua vida. Até então...
Grande admiradora de Edith Piaf, Mireille cantou em público pela primeira
vez aos quatro anos. Porém, para se tornar uma grande estrela
internacional, não bastava apresentar-se para a família e os amigos, que a
apelidaram “ la vie en rose “, por motivos óbvios.
Enquanto estudava canto e ouvia atentamente os conselhos da professora Laure Collière, Mireille trabalhava duro em uma fábrica de envelopes. Aos dezoito anos, em 21 de novembro de 1965, participa de um concurso de calouros, no programa Télé Dimanche. O público prefere outra candidata, mas, para sorte de Mireille, o empresário Johnny Stark assiste à apresentação e aposta em Mireille. Seu primeiro disco, em
48 rotações, vendeu mais de um milhão de cópias, com as músicas mon credo, c’est ton nom, qu’elle est belle e le funambule.
Com uma ascensão meteórica em sua carreira, Mireille participa de programas de televisão nos Estados Unidos e apresenta-se no Olympia, em
1967. O Instituto Francês de Opinião Pública, na época, pesquisou junto ao público e declarou Mireille como a cantora preferida do povo francês.
Em 1968, Mireille esteve no Brasil e se apresentou na TV Record, como uma menina-prodígio, uma
revelação da música francesa, que seria a sucessora de Edith Piaf, imagem que ela gradativamente foi eliminando, ao adquirir personalidade própria.
Desde então, Mireille não voltou a se apresentar no Brasil, apesar de lançar novos discos, cada vez vendendo mais.
Hoje, Mireille já provou sua qualidade superior e se tornou a embaixatriz da cultura francesa ao redor do mundo. Seus fãs se espalham da China ao Brasil, incluindo a antiga União Soviética.